Debate sobre PL Antifacção ganha força e Derrite reage com firmeza

Gustavo mendex


A percepção do secretário sobre as reações ao projeto

O secretário de Segurança Pública de São Paulo e deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP) voltou a comentar as críticas feitas ao relatório do Projeto de Lei Antifacção, aprovado recentemente pela Câmara dos Deputados. Em entrevista às “Páginas Amarelas” da revista Veja, o parlamentar afirmou interpretar parte dessas críticas como um indicativo de que o projeto está alinhado às expectativas de grande parcela da população.

Segundo Derrite, algumas reações negativas viriam de grupos que, na visão dele, interpretam a atuação das forças de segurança de forma demasiado permissiva. Para o secretário, esse tipo de crítica reforçaria a importância de modernizar a legislação voltada ao enfrentamento do crime organizado, tema que ele considera essencial para o país.

Ao comentar essa percepção, ele afirmou que muitas das contestações expressas publicamente revelam uma visão distorcida sobre a atividade policial. Dentro desse contexto, Derrite disse compreender essas reações como um “elogio”, já que, para ele, a proposta representa justamente uma resposta às demandas de cidadãos que desejam maior rigor no sistema de segurança pública.

O respaldo da população ao novo marco legal

Durante a entrevista, Derrite destacou que o texto aprovado recebeu forte apoio social. De acordo com o deputado, muitos brasileiros manifestaram interesse por medidas capazes de elevar a eficiência das ações de combate ao crime organizado. Para ele, esse respaldo popular demonstra que o tema é prioritário há anos, mesmo sem ter avançado com a força necessária em legislações anteriores.

O secretário argumenta que há uma expectativa antiga em relação a regras mais rígidas para enfrentar organizações criminosas no país. Para Derrite, a aprovação do projeto sinaliza um avanço significativo, pois, segundo ele, representa um conjunto de ferramentas que a sociedade aguardava ao longo de décadas.

Ainda assim, o parlamentar afirmou que o PL não recebeu apoio unânime dentro da Casa. Ele atribui parte dessa resistência a divergências políticas e à sua designação como relator do texto. Na avaliação do deputado, algumas críticas foram motivadas menos pelo conteúdo da proposta e mais por posicionamentos partidários.

Os principais pontos do Projeto de Lei Antifacção

O texto aprovado — relatado por Derrite e originalmente enviado pelo governo federal — foi apreciado pela Câmara em 18 de novembro. O projeto cria o chamado Marco Legal do Combate ao Crime Organizado, com o objetivo de modernizar e integrar diferentes frentes de atuação.

Entre as mudanças previstas no PL, estão:

  • Endurecimento de penas para crimes associados a organizações estruturadas;
  • Atualização das regras relacionadas à distribuição de recursos provenientes de bens apreendidos;
  • Criação de novos tipos penais, com foco em práticas que antes não eram classificadas de forma específica na legislação;
  • Ampliação das possibilidades de integração entre diferentes órgãos de segurança.

A proposta busca, segundo seus defensores, aumentar a capacidade do Estado de enfrentar grupos criminosos que operam de maneira complexa e organizada. Derrite argumentou que essas mudanças são essenciais para adaptar o sistema de segurança aos desafios atuais, especialmente no contexto tecnológico e operacional que caracteriza essas organizações.

A avaliação do secretário sobre a atuação do governo federal

Além de discutir o conteúdo do projeto, Derrite também comentou a postura do governo federal em temas relacionados à segurança pública. Sem adotar tom pessoal ou acusatório, ele afirmou que percebe dificuldades na condução nacional da política de segurança, especialmente no que diz respeito à convergência de propostas e prioridades.

Segundo o secretário, muitos cidadãos demonstram sensação de insegurança e esperam respostas mais rápidas e eficientes das instituições públicas. Ele destacou que a população tem se mostrado cansada da recorrência de crimes como roubos e furtos, além da percepção de impunidade.

Derrite também comentou que, em meio às discussões sobre o projeto, surgiram propostas que caminhavam em direção diferente da defesa de endurecimento penal. Para ele, isso não corresponde ao que parte significativa da sociedade deseja. O parlamentar afirmou que o debate sobre segurança exige equilíbrio entre diferentes visões, mas considera que o momento atual pede medidas mais firmes e integradas.

A expectativa sobre os próximos passos do projeto

Com a aprovação do texto na Câmara dos Deputados, o PL Antifacção segue agora para análise no Senado Federal. A expectativa é de que os debates continuem intensos, especialmente porque a proposta envolve mudanças estruturais e diretas na legislação penal.

Derrite acredita que o tema seguirá como uma das pautas centrais do Congresso nos próximos meses. Para ele, o avanço do projeto representa uma oportunidade importante para revisar práticas, garantir maior segurança à população e aprimorar a resposta do Estado.

Especialistas na área jurídica e de segurança também acompanham de perto as discussões. Muitos avaliam que o texto pode representar um marco significativo na forma como o país estrutura o combate ao crime organizado, dependendo da forma como será implementado e fiscalizado. Há, igualmente, debates sobre a necessidade de equilíbrio entre rigor penal e garantias individuais.

A relação entre segurança pública e expectativa social

O discurso do secretário toca em um tema recorrente no debate nacional: a percepção de segurança por parte da população. Em diversas pesquisas de opinião pública, questões ligadas à criminalidade figuram entre as principais preocupações dos brasileiros.

Por esse motivo, projetos como o PL Antifacção atraem grande atenção. Derrite argumenta que a sociedade busca soluções capazes de tornar as cidades mais seguras, protegendo moradores e apoiando o trabalho das instituições policiais. Para ele, medidas mais rigorosas ajudam a transmitir sensação de ordem e confiança.

A discussão, entretanto, continua ampla e complexa. Especialistas destacam que políticas eficazes de segurança dependem não apenas de penas mais duras, mas também de inteligência policial, integração entre diferentes órgãos e investimentos em prevenção.

Conclusão: um debate que deve permanecer no centro da agenda pública

A entrevista de Guilherme Derrite reacende o debate sobre o papel das políticas de segurança pública e sobre como o país deve enfrentar o crime organizado. Com a aprovação do PL Antifacção na Câmara, abre-se um novo capítulo nas discussões sobre legislação penal e estratégias de combate à criminalidade.

Enquanto o Senado se prepara para analisar o texto, o tema segue presente no cotidiano político e na percepção social. Derrite reforça que, para muitos brasileiros, fortalecer o enfrentamento a organizações criminosas é uma prioridade. Agora, os próximos passos dependerão da condução legislativa e das interpretações que surgirão ao longo do processo

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